quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Foda-se o Politicamente Correcto (às vezes) Parte 1

Fdx...como alguém que viveu uma boa parte da sua vida como uma criatura de grandes sensibilidades sociais, emocionais e intelectuais, confesso que agora sou essencialmente um belo de um gajo fodido e sem paciência. Não, a sério...sou mesmo. Ainda nem cheguei à meia-idade e já não tenho paciência para a maior parte das merdas que me rodeiam e que, para o meu cérebro são essencialmente prova cabal da estupidez humana. Ou então sou mesmo um chato do caralho...altamente provável também.

    Umas das coisas que me irrita como a porra é a espécie de "politicamente correcto" que parece ser o status-quo dos tempos modernos. Impressionante, mas ninguém já não pode dizer nada em lado nenhum, sem vir um atrasado mental gritar que está ofendido com o que foi dito. E ninguém se lembra de por o pé nos travões e pensar por um segundo que talvez, talvez estejamos a exagerar um bocadinho. Uma espécie de ditadura do cinzento, não ameaçador, não ofensivo e certamente não confrontacional. 

   Ok, não digo que temos de ouvir um tipo a dizer merdas incrivelmente ofensivas e aberrantes sem nenhum tipo de reacção. Especialmente quando se tratam de merdas que promovem a violência, abuso físico/mental, destruição, morte...em resumo, coisas EXTREMAS!
   Agora, quando temos uma pessoa que faz uma coisa inócua e lá vem um otário qualquer gritar que está mal e está errado, isso chateia me. Exemplo, um tipo postou no Youtube um vídeo onde o filho bebé dele está no banho e o gato da família resolve investigar o conceito de "banheira com água quente", com resultados previsíveis. O bichano cai à água, assusta-se como tudo e sai da banheira como o Usain Bolt. Epá, não me fodam, o vídeo é engraçadíssimo e totalmente inócuo...e no entanto vão ver alguns dos posts que a malta pôs lá. De uma coisa perfeitamente acidental, passou a uma coisa montada para torturar o bichano, de um vídeo caseiro digno do "Gosto Disto" passou a um exemplo perfeito da exploração animal por parte do homem. A sério pessoal?
  Vou repetir, um senhor estava a dar banho ao filho bebé e a filmar o acto..algo que qualquer pai ocidental fez, faz ou fará. O gato da família aparece no plano...sobe para a beirada da banheira...vê o bebé a rir-se que nem um perdido com um patinho de borracha, escorrega, cai na água, passa-se e sai dela com a mesma velocidade com que entrou. Ora, como foi que passamos de algo que qualquer dono de animais já assistiu milhares de vezes, para ameaças ao senhor por maltratar o gato, a ameaças à vida a criança, desejando que ela se afogasse e coiso e tal? A sério pessoal? Estamos tão extremos que não há lugar para um meio termo? Trata-se apenas de bullying de Internet? Valentia online? O que é que aconteceu com o simples riso e gozo da suposta "estupidez alheia"?

    Vamos mais é todos tomar um shot e acalmar os nervos por favor, ok?

  Não se poder ser assim, não se pode falar assado, não se pode agir cozido e muito menos pensar guisado. Porra, não há paciência...será que ninguém se lembra de quanta coisa boa surgiu da pouca vontade de alguns serem "politicamente correctos"?

   Não acham que em vez deste policiamento dos costumes a malta deveria voltar ao sistema do simples "senso comum"?
 Observar o ambiente e agir de acordo com o mesmo. O teu amigo negro deixa te chamar lhe "meu preto", mas não significa que os outros te dêem a mesma abébia, logo usa o senso comum e cala-te na presença de outros. Outros, não o espanquem brutalmente se a palavra surgir.
 
Eu gosto de usar linguagem colorida no que se refere a histórias se interacções sexuais com o sexo oposto, não o faço fora do meu núcleo social, mas se o fizer, desde que não ande a chamar ninguém de puta/quenga, não vejo como isso possa ser imediatamente um atentado à dignidade da mulher, quando o mesmo é feito por muitas das mulheres que eu conheço. Novamente, é o elemento "senso comum" que deve prevalecer, o equilibrio entre liberdade pessoal e a liberdade do resto da malta. Se eu sei que vou irritar muita gente DESNECESSARIAMENTE, então o ideal é calar me e meter a viola no saco, mas não sendo um chorrilho de extremismos não sei se valerá a  pena a malta pegar em armas porque um tipo diz que comeu uma gaja à patrão. A sério, há coisas mais importantes do que palavras pc ou atitudes pc.
  Chegar ao cúmulo de haver gente que fica ofendida pelos outros, quando a própria pessoa não se está para chatear...é a cereja no topo do bolo.

  to be continued

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Para onde foi a disciplina?





Os mais velhos têm a mania de gritar que no seu tempo a relva era mais verde, o céu mais azul e o respeito era maior. Nós, mais jovens, limitamos a revirar os olhos perante tais afirmações…mas observando e comparando a minha adolescência com o modo como as coisas se processam hoje em dia, torna-se muito difícil não dar razão aos comentários da velharia. 

Os putos são um caos, mais desbocados do que nunca e têm o péssimo hábito de falar com pessoas muito mais velhas, como se de colegas de carteira tratassem. Fail! Linguagem pouco cuidada, recurso a palavrões, uma e outra vez, atitudes de claro desafio, agressões e gritos. Acontecem na rua, na escola, em casa...um pouco por todo o lado.

 Não se pede subserviência e reverência pelos mais velhos...o objectivo não é regressar ao "culto dos antepassados" de outras eras.Trata-se apenas de respeito humano e respeito pelo simples facto de aquela pessoal já estar na Terra há mais tempo.

Ok, é inerente à natureza dos jovens contestar as ideias que lhe são impostas e ainda bem que assim o é…mas o modo como as coisas são feitas por vezes, retira muita da possível aceitação futura dessa contestação. Eu contestei os meus pais em alguns momentos, muitos de vocês contestaram os vossos pais muitas vezes, mas mesmo dentro de uma situação que se sabia confrontacional, tentava-se que as coisas fossem respeitosas. Quando falhava, bem...olha, foda-se! A cultura e a evolução surge muitas vezes desse mesmo confronto de gerações.

   Hoje em dia as coisas acontecem e a malta fica a ver, enquanto mini-ditadores impõe um qualquer código de conduta que só eles próprios parecem entender. Quem nunca viu-os a gritar e agir como selvagens nos transportes públicos? Quem nunca os viu a serem bouçais no cinema? Ou no centro comercial? Quem nunca os viu a agredir os pais por algo que estes falharem em satisfazer prontamente? Fazem, acontecem e nunca ficam em cheque…tão simples quanto isso. E quem podemos culpar senão os pais? Eles próprios fruto de épocas de repressão, que depois de uma libertação política e social, literalmente “soltaram a franga” e no processo…deixaram que os seus descendentes soltassem a franga ainda mais do que eles…não fossem ficar traumatizados ou outra porra de desculpa qualquer. 

  Custa me ver certas situações no meu dia-a-dia. A sério...ver miúdos de 15/16 anos a chamar os pais de estúpidos, como se eles não passassem de um saco de merda que está ali só para pagar as contas e suportar vícios. Gritar com eles em público, como se de capachos eles se tratassem...palavrões, gritos...isto quando não chega à ameaça física como eu já vi uma vez.

  Podemos culpar os miúdos, mas é importar salientar a responsabilidade dos pais nestas situações cada vez mais correntes.Se por um lado é preciso educar sem recorrer à violência, não vá ela criar adultos violentos mais à frente, também é preciso aceitar que as crianças e os adolescentes necessitam de disciplina, não só para harmonizar a vida em casa, mas também para os preparar para convivência com o seu semelhante. Se ele ou ela não não forem disciplinados pelos educadores num acto de perturbação da ordem pública num transporte público...como se espera que eles se comportem melhor sozinhos nesse mesmo transporte público? Não vai acontecer.

  A sério, parece hoje em dia que por cada um adolescente educado que conheço, vejo outros 20 que são o terror na Terra. São mais informados? Certo. São mais interventivos? Certo. São mais conhecedores daquilo que querem e como o querem? Certo. Tudo muito bonitinho, mas em momento nenhum, isso significa carta branca para ser um merdinhas irritante e mal-educado. E sabem por quê? Porque eu sou um adulto informado, conhecedor e interventivo...e certamente sei o que quero da vida, mas se agir como um merdas fdp...o o mais provável é que leve uma arroxada no meio da cara. Isto porque a minha liberdade acaba onde começa o punho alheio.É um talento evolucionário saber como agir, onde parar e como e onde enfrentar.

Para onde foi a disciplina?

Balda Masculina






Uma (falsa) conhecida minha, confessou me que se sentia miserável pela rejeição que tinha sofrido às mãos de um "cachorro" de um gajo qualquer. A verdade de história ficcional é que ela não entendia porque é que ela, sendo mulher (e consequentemente dotada de encantos femininos) não tinha conseguido seduzir o tipo em questão, tendo acabado por levar um redondo não. Respirei fundo e tentei explicar que, apesar do que se diz, os homens não são assim tão fáceis, que é preciso haver sentimento, sintonia, empatia e blablabla...zzzzzzzz.


   Mas o que eu falei não interessa...interessa dizer que tenho a ideia cada vez mais reforçada de que as mulheres no geral, têm muito pouco encaixe à rejeição. A sério...já deram uma balda a uma mulher? Já viram o ar de surpresa nos olhos dela naquele momento? A surpresa ao perceber que não estamos interessados? A incredulidade? 

   "Mas eu sou uma mulher, como é que ele não está aos meus pés?"

  Em resumo, acredito que elas se dão muito pior com a nega do que nós homens. E não tem nada a ver com algum super poder mental, auto controlo ou até implacabilidade masculina…tem tudo a ver com habituação ou até mesmo condicionamento.

  Sejamos francos, qualquer homem já levou baldas, apenas nos diferenciamos uns dos outros pelo número delas e pelo modo como delas recuperamos. Por isso, estamos mais do que habituados a levá-las e a maior parte de nós até acaba por se habituar ao proverbial “pontapé no cú”…apesar de nega-lo a pés juntos perante os amigos gajos.
   Ou seja, os homens desde que começam na sua demanda incessante por mulheres…estão habituados ao risco da profissão.Sabem ao que sabe o gosto amargo da rejeição, como pica a indiferença do objecto do nosso interesse e na maior parte das vezes o nosso cérebro já nem se sobressalta com uma bela de uma nega. Atenção que estou me a referir a homens normais e pacholas e não aqueles psicopatas que matam mulheres e atiram ácido à cara da namorada, esses obviamente têm um "problemazinho" com rejeição.

    Ainda não convencidos? Acompanhem me então…

 Rapaz chega à adolescência e procura raparigas (exemplo hetero). Como um cão no cio, ele snifa todas as “árvores” em busca de quem lhe dê fruta (sim, é uma péssima expressão, mas o mundo é péssimo). Tentativa, erro, tentativa, erro, erro, erro, erro… e parecendo que não, vai desenvolvendo uma pele mais dura por assim dizer.

 Rapariga chega a adolescência…ela é a árvore! Por mais apagada e desinteressante que ela pense que seja, há sempre um cão que por lá snifa. Se for uma bela árvore, então são muitos os interesses, muita a oferta…e ela vai se habituado a este estado de coisas. Este constante corrupio de olhares, tentativas (e erros), ofertas, engates…conversas. Ela percebe que pode ser o centro das atenções onde quer que haja  homens...e sabem qual é a piada? Ela nem precisa ser bonita ou poderosa. Ela vai aprendendo a arte de manter o interesse e gestão dos interesses masculinos. (Sim, ainda um exemplo hetero)

    Então como se sente uma mulher quando vê alguém a quem os seus encantos não atingem?
    Ficam como a minha conhecida ficcional…admiradas, surpreendidas com o ultraje de um homem não sucumbir imediatamente ao facto de ela ter um par de mamas, o que com o comportamento da maior parte dos homens, torna-se difícil de refutar e mais triste é que a expressão “cães” nos cai como uma luva por vezes.

   Sei que as minhas conclusões podem ser consideradas extremas…de certo que muitas irão refutar o que eu digo…apresentar histórias contrarias e dizer que não são assim. Mas nós sabemos a verdade…mulher fica muito, muito irritada e SURPREENDIDA com a rejeição masculina. Tal e qual os homens, mas mais intenso, porque falta o elemento condicionamento que nos é tão característico. 
    Com isto não quero dizer que uma mulher tenha de ter montes de homens aos seus pés para se senti realizada ou coisa parecida, isso é idiotice...estou a dizer que, se és mulher, tens auto-confiança nos teus atributos femininos, ficas um pouco mais surpreendida quando um homem rejeita o evidente...especialmente se o evidente é muito bom. Já nós...levar uma balda é fodido, mas é mais um dia no escritório

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

cores não encaixavam entre os participantes do jogo 2



           A verdade sobre os desastres que foram as minhas experiências inter-raciais na adolescência, não passa apenas pela resposta simplista de “gostar ou não gostar”, mas por uma coisa adicional, pouco falada e que faz toda a diferença. A não-atracção física entre as raças. Sim, é preciso dizer em voz alta que tal coisa existe, que não se trata de um mito de gente mal-amada.

Um tipo ao abordar uma miúda com quem quer estabelecer algum tipo de relação, tem de jogar com a ansiedade de não saber se ela o acha atraente, desinteressante ou se não há sentimento, emoções ou atracção física. E só com estes, já vemos os dramas que surgem numa coisa que deveria ser simples à partida. Mas a estas razões basilares das relações amorosas humanas, pode-se adicionar a dúvida mais importante de todas para mim, homem negro, o simples (mas complexo) facto de muitas meninas naquele período simplesmente não acharem que os rapazes negros fossem atraentes. Não havia o convívio social, crescimento, um sentimento de normalidade que faz que vejamos uma pessoa pela sua natureza, que há com os miúdos de hoje. Estes, que cresceram uns com os outros e que mesmo admitindo uma suposta identidade cultural diferente, não se deixam atrapalhar por ela e vêem-se uns aos outros como homens e mulheres, com quem querem partilhar experiências emocionais, sexuais e amorosas.

 Nos “meus tempos” as coisas não se passavam assim…se havia miúdas que curtiam-me ou a outro rapaz negro, nunca o demonstraram de modo claro ou explicito…e todas as minhas “abordagens” foram desastrosas, porque bastava ver o ar de incredulidade nos olhos delas para perceber que estava perante um momento “wtf”. Não havia maldade ou racismo na atitude, tratava-se apenas de uma era onde as raças se mantinham separadas nas relações amorosas, onde toda a gente e o seu primo ficavam incrédulos ao ver um casal inter-racial de mãos dadas a passear na rua. Sem o hábito da convivência, é preciso uma personalidade bem acima da média para olhar para outro homem ou mulher e ver neles aquilo que eles são…outro homem ou mulher, não um homem negro ou mulher negra, chinesa, indiana, etc.

     Eu posso, por experiência própria, dizer que houve mais do que uma situação em que uma rapariga branca me disse a mim ou a outra pessoa que simplesmente não achava os homens negros atraentes, TODOS, sem excepção…não um ou dois, mas todos, como se os tivesse conhecido todos numa festa qualquer. Acreditem que tal coisa não faz nada bem á nossa auto-estima, já fragilizada pela insegurança da adolescência.

   Então vamos fazer um resumo, temos um adolescente inseguro numa quase “white area only”, temos o furacão hormonal a acontecer, temos as primeiras paixões e as desilusões que aconteceram, em muitos casos, pela não-compreensão de uma atracção inter-racial. Algumas reacções foram dignas da visualização de um vídeo “dog on cat” no Youtube, acreditem. E as respostas? Oh Meu Deus, as respostas…tudo desde:

  “Mas não achas que estarias melhor com miúdas da tua raça?”
Até…

 “Olha Edu, desculpa mas não há atracção…não quero que penses que é racismo porque não é…é que a cor põem me off”

Mas sabem uma coisa? Certa vez (há muito pouco tempo), a falar com alguém que prefiro não identificar, mas que começava a subir na minha consideração…entre conversas sobre a vida amorosa, dissabores e desilusões, apercebi-me que dita pessoa nunca seria capaz de andar com um homem negro. Foi uma resposta aqui, uma dica ali…e vi logo ali uma pessoa que, mesmo não tendo sorte no amor, continuava a procurar nos mesmos cantos manhosos…sem sucesso.

   E apercebi-me que mesmo agora, passados tantos anos, continuam a aparecer pessoas que têm posturas tão limitadas, que só visto. Encalhados e encalhadas, mas que não olham para o lado, para quem tem amor para dar…apenas porque o fenótipo não é o mesmo. Apenas porque têm a visão limitada e preferem a norma, em vez de aquilo os faria sentir normais.
   Eu? Eu desde sempre fui ensinado e estimulado a abrir o meu coração ao mundo, a aceitar a ideia de que o amor pode vir de qualquer lado, sob qualquer forma e que fechar os olhos a outra cor, credo ou cultura, pode fazer-nos perder o amor da nossa vida.
 Por isso, embora tenha sido magoado muitas vezes na vida por este bloqueio visual…esta dificuldade de conceptualização mental de uma relação inter-racial que ocorre ainda agora agora…queria deixar o meu brinde a todas as mulheres valentes que eu conheço, que não tiveram medo de amar, que tiveram a visão de ver para além da cor, fora da norma e para o universo. Eu sei quem vocês são!

cores não encaixavam entre os participantes do jogo amoroso



Estamos em 2012, século 21 e tal…mas ainda me surpreendo com a visão de casais inter-raciais. Não olho para eles com aquele ar de cinquentão caucasiano chocado com a “nojice” que é um negro com uma branca, ou o “desperdício” que é um branco agarrado a uma negra. É o ar de inveja de quem, apesar de ver que alguns problemas/atitudes ainda persistem, repara que os putos de hoje tem a vida muito mais facilitada do que eu tive “in the old days”.
    Ver um casal inter-racial na minha zona é tudo menos uma novidade, até os velhos do jardim já deixaram de prestar atenção e comentar a passagem de uma das possíveis combinações branco/negro de mão dadas…e no entanto, ainda há 15/20 anos atrás, as coisas eram muito diferentes no que respeita a interacções entre as raças. Do princípio:

- Nasci e cresci até aos 14 anos em Lisboa, mesmo na Baixa Lisboeta…numa rua onde éramos a única família africana. Logo aí, a chance de interacção com outros africanos era bem baixa. Nada para além das festas de uma família amiga nossa que vivia na Reboleira e um ambiente muito diferente do meu. Muitos miúdos negros, muitos e muitos, todos a correr de um lado para o outro e eu a olhar porque não havia nada disso na minha rua…nem miúdos e muito menos negros. É importante salientar que o meu grupo de amiguinhos se limitava a alguns colegas de escola e esses eram todos brancos, por isso percebem o baque de queixo.

- Mudei-me para Queluz e as coisas melhoraram ligeiramente…mais negros, mas mesmo assim, passei de turmas onde era o único, para turmas onde éramos gloriosamente 4! Uau…tantos. Adiante, eu estava em plena início de bombada hormonal e de um dia para o outro, as miúdas passaram a ser excelentes e o meu cérebro não conseguia perceber como eu havia conseguido viver sem elas durante tantos anos. Surgiu então a dúvida de como conseguir esse Pokemon raro que é uma namorada adolescente. Blábláblá (check), exibições de pujança física (check), técnicas amadoras e infantis (check)…e nada! Nada amiguinhos. Peraí, alguma coisa está a ser mal feita. Deixa repetir o que os outros gajos andam a tentar e…nada! Deixa mandar poemas (check), dar flores (check), tocar guitarra (check) e…nada! Ai a porra! Então?

    Então que as coisas andavam a correr mal porque havia uma condição cromatográfica deficiente. Em resumo, as cores não encaixavam entre os participantes do jogo amoroso. Ainda não toparam? Eu negro, ela branca? Já estou a ver alguns de vocês a dizer que não, de certeza que as meninas rejeitavam o Edu, porque eram adolescentes parvas e estavam interessadas em outros rapazes…sim, acredito que nalguns casos sim, mas sabem o que é que eu consigo adicionar à equação? O facto de a estrutura mental dessas pessoas não estar preparada para a ideia de uma relação amorosa com um rapaz negro. Ou seja, antes mesmo de um processo de selecção baseado no que raio as mulheres usam como critério, as meninas eliminavam a minha candidatura por razões raciais. Por vezes a sensação era de duas "espécies" que partilham o mesmo habitat mas que não se podiam cruzar, porque são diferentes. Muito forte? 
     Simplesmente não se falava disso na altura amiguinhos, mas a verdade é que na minha adolescência as coisas ainda eram muito, branco com branco, negros com negros…e os outros com os outros. Vivíamos perto uns dos outros, mal e porcamente…e acho que já se tinha superado a fase mais agressiva pós-colonial que a minha avó e tias passaram por estas bandas, (finais de 70’s, 80’s) mas não significava que houvesse uma evolução tal das coisas, que os papás deixassem as filhas entrar por essas interacções raciais. Em resumo, desde que cada “macaco ficasse no seu galho” a coisa até passava. O que não significava que não houvesse farpas de tempos a tempo.

     Uma história para ajudar ao estímulo visual:

“Eduardo convidou uma rapariga colega de escola para ir ao cinema…colega aceitou na sexta-feira, a caminho de casa no autocarro depois das aulas, alta momento “puppy-love”…sábado e rapariga telefona a dizer que o “sim” afinal era “não”, porque os pais não permitiam estas “interacções” entre brancos e negros. Não foi um pai a tentar defender a “virtude” da filha ou assim, mas um pai que não queria um namorado negro para a filha branca. The End” – True Story

   O que eu estou a tentar dizer é que apesar de uma suposta harmonia racial (já não nos andávamos a matar na selva) não significava que as coisas tivessem liberais o suficiente para um final feliz. Olhando para trás acredito que foi apenas uma transição de um racismo aberto e desenvergonhado, para um racismo mais recalcado, encoberto, porque afinal estávamos nos 90’s e ninguém queria parecer mal…porque afinal até gostavam dos Black Company a cantar “Nadar”. Não fui perseguido na rua, não queimaram cruzes à frente da minha casa ou coisa parecida, nunca me maltrataram na escola e os professores sempre foram cinco estrelas. Mas sentia na altura, como sinto agora, que há uma barreira persistente que continua a manter as duas raças separadas neste país. Um persistente e contínuo desconhecimento das supostas culturas, uma barreira tão parva que ainda impede que as pessoas façam algo tão simples como ir jantar à casa alheia, namorem as irmãs, filhas, filhos…sejam amigos e confidentes e que não surjam aquelas pérolas de ignorância branca para um homem/mulher negra. Querem um exemplo?

   “Queres ir jantar à minha casa no Sábado?”
  “A sério? Epá, não sei…o que é que se come na tua casa?”
  “Pessoas, na minha casa comemos pessoas…é que somos pretos canibais. Mas não te preocupes, se eu pedir à minha mãe ela faz um Bacalhau com Natas só para ti!”
  “Epá, não queria dizer nada do género…só perguntei porque…”
 “Por causa das nossas comidas estranhas né? Não te passava pela cabeça que eu pudesse adorar bifes com batata frita e ovo à cavalo?”
    
E como estas tenho centenas de outras, que algum dia hei-de incorporar num show de “stand-up comedy”

De volta ao tema…o Eduzinho começou a perceber que a coisa estava “preta” para ele…rodeado de pessoas brancas, era quase impossível não desenvolver nenhum tipo de sentimento ou atracção pelas minhas colegas, vizinhas ou afins (brancas). E depois do “fisganço” o que se podia fazer, quando estávamos a lidar com raparigas que nem estavam preparadas para ter o gosto por outras cores e feições? Uma barreira cultural, que queiramos ou não, molda o modo como nos atraímos uns pelos outros.

     To be continued

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A minha adolescência escolar foi uma bela merda


A minha adolescência escolar foi uma bela merda...com todos os dramas inerentes a condição de quem não sabe como fazer, como dizer...mas que sabe o que quer dizer e o que quer fazer. Foi horrível, foi triste e eu senti me enganado porque via os filmes de adolescentes escolares dos anos 80 e pensava que nos 90's a coisa seria a melhor...afinal tiveram mais dez anos para arranjar mais argumentos com miúdas boas a querer sexo com os cromos, mais argumentos de vingança sobre os gajos desportistas e populares, mais argumentos onde, de um modo ou de outro acabámos os heróis da escola. Ora porra se alguma destas coisas se passaram. Fui enganado e em vez disso, acabei numa realidade onde não era totalmente popular ou impopular, nem carne nem peixe. Nunca a primeira escolha, nunca a última escolha...as vezes convidado para as festas de aniversário, outras vezes ostracizado completamente.

  Se tiveste um bom período no liceu, fantástico para ti e vai te foder. Provavelmente sabias jogar à bola, tinhas uma DT 50 ou um belo par de mamas...o resto de nós, desenraizados, com gostos diferentes, cores diferentes e opiniões diferentes, tivemos de ver os outros a viver, das linhas laterais e sonhar com aquilo que parecia ser uma grande existência (pelo menos na nossa concepção de adolescentes). E acreditem, não foi por falta de tentativa. O sistema escolar português não é tão extremo como o americano (pelo menos a versão movies), mas há diferença de classes, há segmentação e diferenciação racial, ou pelo menos havia nesses tempos longínquos. 

  Foi uma bela merda e à excepção de algumas amizades não há nada que me faça querer revisitar aquela desgraça, à semelhança de uma comédia idiota da Disney, sobre adultos que trocam de corpo com os seus filhos adolescentes. Mas se me dessem a oportunidade, teria sido um pouco mais fdp, porque é algo que parece popular em todas as eras...teria estudado (ainda) mais para alcançar o meu sonho...e teria sido mais Lobo Mau e menos Capuchinho Vermelho para as meninas que eu conhecia. Agora que olho para trás até me embaraço com alguns momentos tonhós...mas por outro lado não engravidei ninguém e não parti nenhum coração.

  E no entanto foi dos meus melhores períodos na vida...o belo de "bela merda! Foi onde comecei a praticar mais desporto, foi onde percebi que provavelmente sou mais culto que o resto das pessoas (não que isso me tenha feito muito por mim), foi onde conheci 4/5 pessoas que foram espectaculares para mim, num período nada espectacular...foi onde percebi que gosto de ensinar, onde me apercebi o que dói amar alguém e não ser correspondido, foi onde me apercebi que seios das colegas tem a sua própria gravidade que parece afectar apenas os meus olhos...onde aprendi grandes técnicas de masturbação...e a lição mais importante? Aprendi que as pessoas se regem por um jogo sofisticado de desejos, necessidades, interesses versus nossa companhia ou companhia de outrem. Mas esta tem sido uma lição difícil de aprender, por teimosia minha e por persistentemente acreditar que isto não é verdade para todos os casos. Mas enfim...
  A minha adolescência foi uma merda e eu adorei-a mesmo assim, por que acreditava em tudo com muito mais força, ainda não tinha levado bicos na boca, porque acreditava que tudo era possível só por se querer...tudo era intenso, tudo era lindo, tudo era novo...doido e desesperado...urgente, mais do que urgente, era JÁ! Como era importante que chegasse a segunda-feira para contar sobre aquele filme que tínhamos visto no Sábado...ou aquela música da rádio ao fim do dia. Gravar músicas em cassete a partir da radio, comprar uns All Star novinhos. Ficar a roer um dia inteiro para saber da resposta da  carta que tínhamos deslizado para dentro do dossier da nossa amada. Como tudo doía, como tudo parecia tão intenso e puff, desaparecia ao fim de uma semana ou duas por troca de uma nova paixão ou descoberta.

  Foi uma bela merda sim...odiei-a e amei-a com a intensidade de quem já não é uma criança mas ninguém considera um homem. Odiei-a e amei-a e agora que as névoas da memória começam a cobrir certos factos e certas caras e certos acontecimentos são rescritos na minha cabeça...vejo-a como uma época dourada da minha vida. 

  Obrigado Cheila, David, Bruno, Carlos Tapadinhas, Andreia, Ferrugem, Anas (todas elas), Gabriela, Rosa, Urubú, Cláudia, Prof sexy de Psicologia, Carlos da Viola, horas a jogar basket, Canina, cassetes com porno, grunge, R.E.M, aquele tipo que me gravou uma cassete com o CD dos Greatest Hits 1 dos Queen, Naf Naf, Uniform, Levis, All Star, Gabriel, Abdul, David...e todos os outros incógnitos e famosos na minha memória.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Vamos dar um tempo

Pessoal, esta relação não está a funcionar. Estou a publicar, mas o feedback é quase nulo, logo não me sinto estimulado a publicar mais. O problema não é com vocês, é comigo, logo vamos dar um tempo e conhecer novas pessoas. Pode ser que voltemos a encontrar mais à frente na grande estrada da vida (yeah right)

Crise ou não crise...eis a questão?



Abrimos a televisão todos os dias e as notícias contam acerca do pessoal que sai de Portugal, em rumo a tudo o que é canto do mundo. As coisas estão más por aqui, não se recebe bem, há muita precariedade laboral e muito pouco respeito pelas capacidades de quem se andou a aprimorar academicamente durante anos. E lá vão eles e elas em direcção ao sol poente, de mala na mão e mágoa no coração. E no entanto….

  …e no entanto não deixo de pensar que não pode ser tudo assim…tudo culpa do sistema e do modo como ele está montado. Digo isto porque, entre as moles de pessoas que abandonam as nossas praias todos os dias, existem aqueles que o fazem por razões menos nobres e suspeitas.

                                         Mala de Cartão

Desculpem, mas há um certo elemento de moda na emigração. Os portugueses deixaram há muito de ser tão viajados como os restantes europeus e agora tem se uma oportunidade de ouro para pirarmos do país, dos pais e ir tentar viver mais no espírito europeu, moderno e cosmopolita. Digo isto porque conheço uns quantos casos (e não são poucos) de malta que diz aos pais que tem de ir para Londres, Paris ou Berlim…porque ninguém lhes dá trabalho aqui/para ir estudar…e lá vão eles e elas para outras paragens. A realidade é que fazem os pais endividar-se totalmente, vão para outros países, montam casa com outros indivíduos e acabam por nunca arranjar um super-emprego, vivem no maior momento “putas e vinho verde” e depois regressam para a mesma realidade de sempre, mas muito mais hipsters…que se podem gabar de ter vivido um ano em Paris ou Berlim.

                                      Não dá para nada

Somos a geração mais mimada de sempre…depois de termos sido criados com leitinho achocolatado e pão-de-ló, ainda há algum pai que se admire de não termos a estaleca para aguentarmos as coisas que a vida nos atira? De não sermos capazes de desenvencilhar de um saco de plástico que vem contra o rosto? Somos coninhas e não o sabemos…achamos que o mundo nos deve algo e esta crise mundial parece mostrar nos isso.
  Uma vivência completamente protegida no calor do lar e da família, coberto de pequenos e grandes luxos, habituados a estender a mão e a receber…e ainda há alguém que se admire de ver-nos a chorar que nem menininhas porque não temos dinheiro para comprar o IPAD 3 ou ir ver o Rock in Rio? Podem dizer que se trata de uma posição extrema (e provavelmente será), mas defendo o facto de que muitos destes protestantes da Geração à Rasca estiveram no Facebook em tempo real nos seus Pads (500euros) e nos Iphones(800 euros)…e depois regressaram a casa nas suas vespas 125 (€ 3.972,00)…não antes de passar no Chiado e comer uma fatia de cheesecake de morango e um Frappucino de baunilha (7euros)…isto porque protestar contra o facto de não se ter dinheiro provoca muita fome. E já que estamos no Chiado, porque não uns óculos hipster?

                                     Os Papás Maravilha

 Os papás eram jovens no 25 de Abril, viveram num regime de ditadura e opressão política e social e eu suponho que isso tenha causado muita mossa na sua psique…o que em muitos casos criou paizinhos que juraram que nunca fariam aos seus filhos aquilo que lhes foi feito. E surpresa das surpresas, adivinhem quem são os filhos? NÓS BITCHES!
  Nada como o pai português para fazer aquilo que os filhos querem. Podem dizer o que quiserem, podem ter queixas do papa e da mamã (todos os filhos as têm), mas provavelmente tiveste uma bela adolescência…simplesmente eras muito "emo" e totó para a apreciar na altura. Tiveste viagem de finalista, tiveste computador, tiveste a mota, tiveste a carta de condução e o carro…tiveste a licenciatura, tiveste o mestrado, tiveste o Erasmus…tiveste a ajuda (fiador) no crédito para a casa, tiveste ajuda a tomar conta dos filhos. E mesmo que não tenhas tido estas coisas, decerto que houve momentos em que os teus pais te levaram a colo, muito para além do seu dever de progenitores. E assim, vemos que tivemos uma existência levada ao colo e ainda há alguém que fique admirado com os meninos ficarem desiludidos com o momento em que pensavam que iam andar pelas suas pernas e percebem que elas estão atrofiadas?

                                Expectativas e Desilusões

  Apaparicados e iludidos…ou talvez auto iludidos. O facto é que:
 
a) Foi dito que teríamos uma melhor vida do que a dos nossos pais e avós
b) Canudo = Riquezas e boa vida
        Fins do curso = Trabalho imediato…sem problema. E as coisas não se mostraram assim, né?

E acho que essa é a razão principal para tanta frustração e raiva de uma geração, que entre mentiras impostas e auto-ilusão, percebeu que o mundo não lhes deve nada e que as coisas provavelmente não serão fáceis. Perceberam que o mundo é afinal um sítio um pouco frio e filho da puta, que é preciso trabalhar pelas coisas e que mesmo assim não há garantia da vitoria...que a vida fora do ninho não é como a vida caseira, onde há sempre dinheiro para o tabaco, álcool, roupa e gadgets.
    Decerto que há muita gente que ao ler isto não se vai identificar, vai achar que o seu protesto contra as condições actuais deste país, é mais do que justo. Então esta carapuça não é para ti. Se não tiveste nada ao crescer e isto ofende-te…esta carapuça não é para ti. Se a vida não te deu um caralho…e achas que as descrições aqui colocadas não representam em nada a tua realidade, então esta carapuça não é para ti. É para todos aqueles que choram uma condição que não é tão má como parece, aqueles que repletos de luxo querem apenas protestar pelo prazer de protestar, para aqueles bananinhas que choram porque afinal o mundo não lhes deu o Fiat 500, o Ipad 3 e o Iphone 5…não lhes deu o salário de 2000euros e as viagens hipsters pela Europa. Aqueles que querem sair logo de casa dos pais, para o seu T3 no centro da capital, rodeado de lojas modernas e hipsters e a casa mobilada no IKEA. Os que acham que as coisas aparecem magicamente e que não implicam nenhum tipo de trabalho, sacrifício, lágrimas, sangue e suor.

domingo, 5 de agosto de 2012

Chefes Monstros do Cine

                            

                               Chefe ALien (8º Passageiro)

É aquele tipo que foi o nosso colega de loja, de escola, de escritório, estagiou connosco e passou pelas mesmas merdas.
Comporta-se como um ser humano normal e racional, chega a ser porreiro e coiso e tal...e no momento em que é nomeado chefe, responsável,professor, instrutor ou capanga...é como se um Alien irrompesse do peito dele e tentasse devorar a malta toda. Mais uns dias liberta-se da pele e eis que estamos num filme de terror.


                                   Chefe Freddy Krugger

 Povoa os nossos sonhos, os nosso pesadelos...julgamos vê-lo em todas as sombras e cantinhos, mesmo quando sabemos que é
impossível que ele esteja a escutar nos, o corpo não consegue relaxar o suficiente para acreditar que ele não vai saltar detrás de uma
caixa registadora, de um balcão, da cozinha ou coisa parecida. Vem connosco para casa, na cabeça..e os pesadelos, os pesadelos com aquele criatura...


                                         Chefe Godzilla

Era uma lagartixa insignificante num dia...levou uma dose maciça de radiação (promoção), cresceu e de repente lá anda ele a destruir Tóquio, ou a repartição, o que estiver mais perto. É o avatar da destruição total e sem sentido...e não sei como, ganhou a capacidade de disparar raios da boca (mandar te para o caralho), desenvolveu o gosto por devorar japoneses (comer pessoal menor do que ele) e no geral é um grandessíssimo filho da puta de um bully!


Chefe Jason (Sexta-Feira 13) ou Chefe Michael Myers (Halloween)

Homicidas, genocidas, surdos, mudos, autistas, chantagistas, implacáveis, impracticáveis, perseguidores, molestadores. Enfim, estar
na mira destes chefes é pedir a morte laboral. São os representantes da pura maldade sem propósito e fundamento. Os réis da perseguição incansável e metódica.

                               

sábado, 4 de agosto de 2012

Vivam as Novas Oportunidades


Mais umas férias e mais um período de instrospecção...seguida de um momento wtf e a pergunta...que caralho ando eu a fazer com a vida? Se calhar poderia tentar uma destas novas oportunidades laborais...

Ninja
 
Não ter grandes problemas a pensar o que vou vestir pela manhã. Poder escapulir me do trabalho todas as vezes que me apetecer e deixar o chefe a falar para o boneco. Resolver toda e qualquer confusão com uma estrela ou dardo envenenado na testa. Não gastar dinheiro nenhum em gasolina ou passe...basta desaparecer aqui e aparecer no meu destino pretendido. Ter como arma um bisturi gigante...aumento de salário aqui vou eu. Extras - Poder escapulir me todas as vezes que me apetecer e deixar a minha namorada a falar para o boneco.

Cientista louco 

 Todas as vezes que a TV Cabo fosse ao ar, eu poderia não só arranjar aquilo, como aumentar o sinal e abrir um buraco no espaço e no tempo...para uma dimensão onde as mulheres são como as estrelas de porno. Quando o meu vizinho de cima me pedisse para arranjar o portátil dele, instalar uma Inteligência Artificial que lhe dominasse a mente e lhe transformasse num pessoa civilizada e educada. Criar políticos honestos (Loucura). Dar uma verdadeira personalidade ao Cavaco Silva...mas ai, para além de louco, internariam me de certeza. Extras - Criar mulheres com três seios e duas vaginas. De nada.

Super Vilão 

Melhores carros, aviões, gadgets e assistentes sexys. Parece sempre haver um saco azul para subsidiar a construção de bases submarinas, bases em vulcões adormecidos ou na Lua. Total isenção de impostos nos 10 primeiros anos. Poderíamos ser confundidos com autarcas ou gestores públicos, não fosse pelo facto de obtermos resultados...e porque matamos pessoas, muitas pessoas..e causamos destruição. Por esta linha de pensamento podíamos ser presidentes de claque de futebol.
Extras - uma secretária com botões para alçapões debaixo das cadeiras dos visitantes e direito a gatos estranhos para fazer festinhas

Artistas Plástico

Ao fim de uma vida inteira ainda estou a tentar perceber o que estas criaturas fazem, mas suponho que passe por fingirem que são pintores, escultores, videografos, músicos, fotógrafos...tudo ao mesmo tempo! Licença para cheirar mal e andar desgrenhado. Licença para fotografar a mulher alheia e dizer que é pela arte. Licença para dormir com todas as mulheres que caírem na velha história do "quero imortalizar te em tela". Extras...ter um otári...oops, mecenas que nos sustente, enquanto os outros têm de acordar as 7 da manhã

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Modas estúpidas do HIP-HOP



Champagne Showers
Adoro ver rappers a despejar champanhe em strippers. Não sei se é uma coisa masculina e meio "moneyshot", mas é divertido de ver...estúpido, mas divertido. Mas a 900 mocas a garrafa, garanto-vos que só regaria quêngas com Champomi...Asti do Continente e olha lá!

Prisão
Mas que raio?! Desde quando ir para a prisão se tornou uma cena fixe? Logo ai se vê a diferença entre a comunidade branca e a comunidade negra. Um branco americano vai para a choça discretamente, sem alarido...cumpre a sua pena. Sai sem alarido e tenta voltar à sua vidinha, sempre preocupado que os vizinhos descubram onde ele foi passar as "férias". Os rappers negros fazem alarido antes de entrar e demonstram que aquilo vai ser um campo de férias...fazem alarido à saída...fazem um CD, alegam que mataram alguém lá dentro e que só violaram e nunca foram violados. Errado em tantos níveis

Sagging (Calças abaixo do cú)
Uma versão diz que trata se de uma moda que originada no sistema prisional americano, pela proibição de se utilizar cintos, fivelas e facilitar o revistar. Outra versão diz que é um convite a favores sexuais entre os prisioneiros. E eis que os rappers e outros, num esforço de parecerem extra duros (extra estúpidos) presenteiam-nos com aquele triste espectáculo. Manchinhas castanhas na roupa interior for "the win", boxers com borboto e ninguém com menos de 25 anos parece ver a insanidade. E eu nem sei como eles conseguem operar com aquela indumentária, o meu cinto arrebentou no outro dia e tive de trabalhar durante três horas no maior stress de ver as calças a cair pelas pernas abaixo e a malta ver o Lado Escuro da Lua

Correntes
Desconfio que muito em breve teremos uma indústria médica especializada em recuperação motora, esqueleto-muscular de rappers que passaram anos a levar correntes ao pescoço. Para além do peso daquilo, ainda temos os mais ridículos penduricalhes que se possa imaginar...desde microfones a folhas de cannabis, passando por relógios e cones de gelado. Vou fazer uma elaboração difícil e polémica, mas será que os negros americanos ganharam ressaca de correntes? Quer dizer, 500 anos são 500 anos né? (vou me tramar com esta)

Meia de Vidro na Cabeça
Mas que merda é aquela de ter uma meia de vidro (malha) na cabeça? E não me venham com aquela de que se está escrito Tommy é mais masculino..CONTINUA A SER UM NEGRO GRANDE COM UMA MEIA VERMELHA DE SENHORA NA CABEÇA! Parece a ponta do caralho quando se põem com aquelas merdas. A sorte é que aparentemente foi uma epidemia dos 90's e já não volta mais.

Os Doutorzinhos



Quando eu era mais novo, achava que uma licenciatura ou doutoramento eram, sem sombra de dúvida, uma prova cabal de que estávamos perante um indivíduo inteligente, culto e munido de uma bagagem renascentista. Assim que entrei na faculdade essa teoria foi para o caralho!
  É impressionante o modo como estes “doutorzinhos” conseguem ser estúpidos como uma porta ondulada, quando a lógica ditaria que deveriam ser capazes de muito mais.

          Não parecem ser capazes de um processo racional linear

   Não só na minha interacção universitária, como na minha interacção profissional, é impressionante o modo como estas criaturas conseguem ser tão fracas de pensamento linear. Tentar acompanhar o seu raciocínio é o equivalente de soltar um gás e tentar pintá-lo de amarelo. Não se conseguem perceber o que querem, o que tencionam fazer, que raio de língua é que está a falar. Na loja, conseguem ser uma estirpe poderosa de idiotas, que nos fazem saltar de equipamento em equipamento, sem nexo e sentido.
 
 Não sabem absolutamente nada fora do seu campo de habilitações

 Não me refiro ao básico de um informático ou “especialista”, mas o básico para não se ser considerado clinicamente idiota (Q.I. 70 para quem perguntar). Em pleno século XXI não perceber que convém saber o modelo da impressora para comprar tinteiros...ou que não existem “cabos Bluetooth”? A maior parte dos animais universitários parece provar a minha teoria de que a frequência do ensino superior é uma hiperespecialização daquilo que o licenciado vai supostamente praticar o resto da vida…e nada mais. Não aprendem nem mais uma vírgula ou ponto para além daquilo que precisam para passar ou reprovar e mais grave ainda…não mostram nenhum desejo de aprender fora da caixa. E ficam todos contentes com o status e a condição.

                   São os especialistas da “pose suprema”

         Aquela atitude típica de quem se acha superior só porque é “doutor” e que presume que somos uns “falhados” que não fizemos nada com a vida? Alguns de nós até o podemos ser (falhados) mas…quem sabe? Houve quem chegasse a Primeiro-Ministro.
 Eu pessoalmente “adoro-os” quando eles começam a conversa com a menção de que são doutores, médicos ou advogados? Como se estivessem à espera de um curvar imediato de coluna e o oferecimento das virgens da loja (boa sorte com essa)? Não sei como é noutros países, mas por aqui há uma deferência total pelos “doutorzinhos”, fazemo-lo todos os dias e a todos os momentos…chega a ser ridículo. E esses “pavões”, armados com a nossa subserviência, acreditam piamente que têm um direito divino a um tratamento preferencial. É o gangue do canudo.