Junho – Mês da História Negra - História 7
“O Negro Embaraço” (Ou como ficamos de cara vermelha perante acontecimentos perpetrados por gente negra)
1 - Colega minha apareceu na loja com três horas de atraso e os braços cheios de escoriações. Ao que parecia havia sido assaltada por esticão e ao resistir foi “presenteada” com o arrastar do corpo dela por uns bons metros pelos ladrões.
Revoltada, zangada…ela esteve meia hora a desejar a morte àqueles “pretos filhos da puta. Deviam todos ser mortos. Raça inútil que só serve para roubar e violar”
Ah…e ela disse estas coisas todas a mim…o seu melhor “amigo” dentro daquela loja. Hum...
2 – Eu e a minha namorada estávamos no cinema a curtir um filme de terror de qualidade discutível…mas por mais que tentássemos entrar no “ambiente” da cenaça…os nossos esforços eram gorados pelas vozes conversadoras de um grupo de raparigas nas últimas filas do cinema.
Entre comentários parvos à parvoíce que se estava a passar no ecrã, conversas paralelas sobre Facebook, conversas telefónicas em crioulo e em tempo real…a nossa paciência e a paciência dos restantes cinéfilos exauria-se rapidamente.
Um tipo entrou num bate-boca com as meninas rudes, elas responderam e ameaçaram. Vieram empregados do cinema, nada parecia resolver a situação. Então, provavelmente por cansaço delas, as meninas negras (5 ou 6) lá desceram as escadarias, em brutal risota e chacota…não sem mais um momento de indignidade, ao saltar em frente do ecrã e a fazer sombras.
3 – Eu havia apanhado o “famigerado” autocarro 50 (agora famigerado 750) depois de sair do trabalho…por isso deviam ser umas onze e meia, quase meia-noite. E lá vínhamos nós, pobres massas laborais e desgraçadas, quando entram pelo autocarro a dentro uns 12 tipos, cada um com mais ar de “aprontamento” do que o outro (pensei eu).
Ora dito e feito…estávamos perante um arrastão. Fios de ouro voaram, carteiras voaram, relógios, telemóveis e outros bens. Gritos, empurrões, socos e pontapés…e eu ali no meio da confusão sem saber muito bem o que esta confusão toda me reservava.
Fiz o cálculo mental de 12 contra um, pensei no quanto eu adorava o meu Minidisc e o meu telemóvel, pensei no embaraço de ter de entregar o que é nosso sem luta e eis que, para minha surpresa, um dos ladrões eram um conhecido meu dos jogos de basket do Parque Central. Sentou-se ao meu lado durante a brutal confusão, perguntou pela minha mãe e avó, perguntou-me se ainda ia lá jogar e assim estivemos na “brutal” cavaqueira enquanto uns e outros eram aliviados dos seus bens. Despediu-se de mim, saiu com os “camaradas” e eu fiquei incólume…pelo menos durante uns 5 minutos e até alguém ter dito:
“Aquele preto ali é amigo daqueles cabrões filhos da puta. Eu vi-o a falar com o cabecilha”
E lá saí eu na paragem seguinte.
4 -Putos negros (média de 15 anos) foram detidos, postos contra a parede e um deles até levou com um taser quando peitou o polícia. E assim acabou a história…pelo menos até ao dia seguinte, quando TODAS as janelas dos estabelecimentos comerciais de um dos lados da rua, acordaram estilhaçadas e partidas.
Tivemos uma ou duas invasões do supermercado local por bandos de putos negros e consequente arrastão.
Tivemos três tentativas de homicídio em dois meses, num ciclo de acção-reacção por parte dos miúdos negros da minha zona.
Tivemos um homicídio em que um puto de 15 anos tentou assaltar um tipo qualquer á 1 am e levou um tiro na cara.
O “porreiro” é que depois destes fenómenos…as coisas ficam calmas durante uns meses…e aí só temos de lidar com os nossos vizinhos brancos malucos a matarem as esposas e as despejarem no contentor do lixo. Os doidos que atiram gasolina para poços de elevador. Os que atropelam o suposto amante da esposa e ainda fazem marcha atrás.
Tudo calmo.
5 - Uma das piores sensações de trabalhar numa grande superfície (pelo menos para mim), era o momento em que a segurança detectava um grupo de putos negros a entrar em loja. Nome de código "ANDORINHAS", os vigilantes activavam um disposto de segurança digno da Casa Branca e por toda a loja só se ouviam os walkie-talkies a fazerem ruído e a despejarem jargão Sharon.
A mim irritava-me como tudo, porque não acontecia absolutamente nada daquilo quando entravam mais dos que 4 miúdos brancos em loja. E lá ficava eu todo revoltado e a espumar da boca contra este comportamento preconceituoso...
e merda, de vez em quando lá apanhavam os putos a roubarem auscultadores, pilhas, leitores de mp4 e outras merdinhas. E eu lá ficava de "cara vermelha", especialmente quando os vigilantes contavam os detalhes à hora do jantar e os colegas entravam todos num momento de "Pretos são todos ladrões, eu também tenho uma história com eles...mas tu não não és assim Edu...deviam ser todos presos, mas tu és porreiro...e são eles os culpados de todo o crime".
Como podem imaginar, uma refeição excelente.
E sim...negros sentem embaraço e revolta com coisas maradas feitas por outros negros. Obrigado.
Luso-Africano de Grande Porte
quarta-feira, 24 de junho de 2015
Junho - mês da história negra - estória 7
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Amizade Moderna? Bah...
Os escritores passaram milénios a escreverem sobre a natureza
do amor. Amor, blá-blá-blá, fogo que arde sem se ver…wiskas saquetas. Amores desgraçados,
a força do amor e outras porras “aclichezadas”. E ninguém fala da amizade, a
sério que ninguém parece falar da amizade e do quão fodida e miserável pode ser
na nossa vida.
Ninguém fala dos embróglios em que nos metemos em nome das amizades
Ninguém fala das merdas que os amigos nos fazem passar
Ninguém fala dos sentimentos mistos que passam pelo coração quando ela nos falha
Ninguém fala da falta que ela nos faz
A coisa que mais me lixa na “modernidade” da existência actual é o espírito meio “fuck it” que as pessoas insistem em imprimir no cruzamento entre pessoas. Não digo que devemos ser todos um bando de pessoas politicamente correctas e sensíveis ao ponto do enjoo, mas também não consigo me engrenar no modo como a maior parte das pessoas parece ver e agir sobre as coisas neste mundo.
E o que parece faltar nas amizades hoje em dia?
Ninguém fala dos embróglios em que nos metemos em nome das amizades
Ninguém fala das merdas que os amigos nos fazem passar
Ninguém fala dos sentimentos mistos que passam pelo coração quando ela nos falha
Ninguém fala da falta que ela nos faz
A coisa que mais me lixa na “modernidade” da existência actual é o espírito meio “fuck it” que as pessoas insistem em imprimir no cruzamento entre pessoas. Não digo que devemos ser todos um bando de pessoas politicamente correctas e sensíveis ao ponto do enjoo, mas também não consigo me engrenar no modo como a maior parte das pessoas parece ver e agir sobre as coisas neste mundo.
E o que parece faltar nas amizades hoje em dia?
-Proximidade-
A ideia de que, mesmo não estando ao lado de alguém…acabamos por estar ao lado de alguém quando a necessidade assim dita. Ou quando queremos…pode ser sob a forma de um sms, um email, um toque, um post/msg no Facebook …não há desculpa num mundo que está mais do que conectado. E não me falem de falta de tempo porque não cola. Um amigo decerto que perdoa uma msg curta á meia noite ou às 9 da manhã se a saudade bater.
-Integridade-
Embora aceite o princípio de que as pessoas devem rodear-se de pessoas que tenham uma mesma visão do mundo, também acrescento que uma pessoa deve, sempre que possível, rodear-se de pessoas de boa índole e bom caracter. Em resumo, pessoal que nos faça ser melhores pessoas, nos estimule a ser melhores pessoas, ou que pelo menos não nos transformem em cabrões e putas.
Não há muita inteligência em rodear-me de pessoas manhosas e más, que me empurrem numa espiral de autodestruição moral e pessoal…para isso já chega a acção do mundo.
-Lealdade-
Esta é difícil de manter num mundo em que as pessoas parecem ver-se uns aos outros como modos de alcançar uma qualquer satisfação momentânea. Somo amigos enquanto nos convêm e assim que a conveniência acaba, também se acabam os vínculos que nos unem e começam as patifarias e escroquices. É importante manter um espírito de lealdade perante bons amigos, a ideia de que perante tentações e mal-entendidos, alguém manter-se-á à beira de um amigo até que a tempestade passe.
-Menos é mais-
Para quê ter 50 amigos que tratamos de modo residual e passageiro? Quando podemos ter um punhado de gente que conhecemos e que nos conhece a fundo? Todo o processo torna-se mais manejável e num ecossistema mais pequeno, as crises e dramas que normalmente atormentam as amizades são muito mais fáceis de lidar. Atenção, não discordo que um tipo conheça e se dê com uma centena de pessoas, não acho que é que os deva chamar de amigos mas sim de conhecidos…e que não deva sacrificar o tempo mais útil que tem com o núcleo duro, em função de outros que conhece em situações totalmente passageiras.
A ideia de que, mesmo não estando ao lado de alguém…acabamos por estar ao lado de alguém quando a necessidade assim dita. Ou quando queremos…pode ser sob a forma de um sms, um email, um toque, um post/msg no Facebook …não há desculpa num mundo que está mais do que conectado. E não me falem de falta de tempo porque não cola. Um amigo decerto que perdoa uma msg curta á meia noite ou às 9 da manhã se a saudade bater.
-Integridade-
Embora aceite o princípio de que as pessoas devem rodear-se de pessoas que tenham uma mesma visão do mundo, também acrescento que uma pessoa deve, sempre que possível, rodear-se de pessoas de boa índole e bom caracter. Em resumo, pessoal que nos faça ser melhores pessoas, nos estimule a ser melhores pessoas, ou que pelo menos não nos transformem em cabrões e putas.
Não há muita inteligência em rodear-me de pessoas manhosas e más, que me empurrem numa espiral de autodestruição moral e pessoal…para isso já chega a acção do mundo.
-Lealdade-
Esta é difícil de manter num mundo em que as pessoas parecem ver-se uns aos outros como modos de alcançar uma qualquer satisfação momentânea. Somo amigos enquanto nos convêm e assim que a conveniência acaba, também se acabam os vínculos que nos unem e começam as patifarias e escroquices. É importante manter um espírito de lealdade perante bons amigos, a ideia de que perante tentações e mal-entendidos, alguém manter-se-á à beira de um amigo até que a tempestade passe.
-Menos é mais-
Para quê ter 50 amigos que tratamos de modo residual e passageiro? Quando podemos ter um punhado de gente que conhecemos e que nos conhece a fundo? Todo o processo torna-se mais manejável e num ecossistema mais pequeno, as crises e dramas que normalmente atormentam as amizades são muito mais fáceis de lidar. Atenção, não discordo que um tipo conheça e se dê com uma centena de pessoas, não acho que é que os deva chamar de amigos mas sim de conhecidos…e que não deva sacrificar o tempo mais útil que tem com o núcleo duro, em função de outros que conhece em situações totalmente passageiras.
Ao fim do dia posso não ter muita moral para falar, decerto que falhei como amigo um punhado de vezes...e falharei outras mais no futuro, mas posso dizer aqui com o a maior das sinceridades, é um trabalho constante e que eu empreendo com a maior das seriedades...ser um bom amigo.
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Doces Atadinhos
Tenho um
vizinho que deve ter uns 15 anos, modelo Justin Bieber…no outro dia, ao chegar
do trabalho, “apanhei-o” em altas rocambadas com uma menina, modelo Taylor
Swift. Cumprimentaram-me, deixaram-me bater a porta do elevador e provavelmente
voltaram à sua iniciação ao “karaté alentejano”.
Enquanto os andares se sucediam, fui transportado aos meus próprios 15 anos, às minhas experiências de pega-pega com as meninas…e ai bateu-me como uma saca de batatas. Que atadinhos que nós éramos. Oh talvez não atadinhos, mas sim meio inocentes, medrosos ou outra palavrinha mais doce.
A verdade é que, ao ver o modo como os jovens se iniciam em práticas sexuais com tanta facilidade e em idades tão tenras, não deixo de fazer a comparação com o modo como a malta da minha idade andava a fazer as coisas noutras eras. Atenção, o objectivo final sempre foi o mesmo, não mudou-se uma vírgula desse manual desde o início da história da humanidade, mas pensando nas coisas com alguma atenção, reparamos que os prazos encurtaram-se.
Exemplo, o rapaz em questão estava bem avançado nas “artes circenses”, as mãozinhas malabaristas já haviam avançado e muito no território inimigo. E pela reacção normal por parte da menina, tratavam se os dois de estrelas do seu próprio Circe du Soleil
Enquanto os andares se sucediam, fui transportado aos meus próprios 15 anos, às minhas experiências de pega-pega com as meninas…e ai bateu-me como uma saca de batatas. Que atadinhos que nós éramos. Oh talvez não atadinhos, mas sim meio inocentes, medrosos ou outra palavrinha mais doce.
A verdade é que, ao ver o modo como os jovens se iniciam em práticas sexuais com tanta facilidade e em idades tão tenras, não deixo de fazer a comparação com o modo como a malta da minha idade andava a fazer as coisas noutras eras. Atenção, o objectivo final sempre foi o mesmo, não mudou-se uma vírgula desse manual desde o início da história da humanidade, mas pensando nas coisas com alguma atenção, reparamos que os prazos encurtaram-se.
Exemplo, o rapaz em questão estava bem avançado nas “artes circenses”, as mãozinhas malabaristas já haviam avançado e muito no território inimigo. E pela reacção normal por parte da menina, tratavam se os dois de estrelas do seu próprio Circe du Soleil
Eu ainda me lembro da primeira vez que toquei num seio…e que patetice foi! Eu parecia um especialista em explosivos, a tentar arrastar me por entre um campo minado. Lenta e inexoravelmente em direcção ao meu objectivo, sempre à espreita das agitações do terreno e deslocações do exército contrário. E quando coloquei a mãozinha, senti um choque pelo corpo todo…e isto foi por cima das roupas.
Na segunda-feira escolar, tornei me o herói do recreio e quando passando uns tempos, ultrapassei a barreira da camisola de lã e nas pontas dos dedos senti o doce tecido do soutien e a quentura da curva do seio…transformei-me num semideus grego, viril e cheio de poderes mágicos. Fui elevado a um nível de total sapiência entre os meus pares “agarrados ao pau” e de repente não havia segredo no universo que me pudesse escapar.
Até ter transporto a barreira do tecido artificial…ai a minha cabeça explodiu!
Estão a perceber? Para mim e as minha
gentes, meter as mãos em mamas alheias foi o equivalente a perceber que os
aliens existem. Fucking hell! Beijar, tocar, acariciar…caramba, estou a falar
de coisas que eram o supra-sumo daquilo que os adolescentes se sentiam capazes
de fazer. Nós éramos tão inocentes, que a cabeça não parecia capaz de
açambarcar a ideia de que havia algo mais do que isto, algo melhor e mais
fantasticamente porreiro. E nós não sabíamos realmente o que havia para além
disto. Sabíamos o conceito, mas a mecânica só através de filmes “quentes”…a
sensação nem imaginávamos. Como referencias, só tínhamos as “experiências” dos
putos mais velhos
Não acredito que toda a gente fosse virgem
quando eu tinha 15 anos. Mas posso garantir que entre uma turma de 30, 28 nunca
tinham ultrapassado essa condição clínica. E o que nós acabávamos por ser? Um
grupo de meninos e meninas a brincarem aos adultos, a tentar deslindar os
mistérios…cheios de hormonas e medo.
Olhando para trás não deixo de sorrir…e ao mesmo tempo ter raiva de nós, totós desgraçados. Mas a verdade é que as coisas aconteceram nas alturas certas, com uma aura mágica de descoberta à mistura. É uma memória doce esta que compartilhei convosco…e engraçada quando comparada com o modo como as coisas andam nestes nossos dias. Com tanta antecipação das descobertas da vida, o que sobrará para descobrir mais à frente na vida?
Para quem nasceu bem depois de mim, este texto
parece estranho e alien, mas tempos houve em que os adolescentes viviam como
tal, num estado bizarro entre a vida adulta e criancices. Não a fazer sexo aos
12, alcoólico aos 16 e amargo e cínico com a vida aos 25…
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
My own show?
Estive a pensar...se eu fosse uma personagem de um série de televisão como seria o meu universo?
a) quem seria o meu sidekick? Com protagonistas brancos eu seria o amigo negro que entra de 5 em 5m para dizer "pretices". No meu caso escolheriam um chinês ou um latino para reforçar o estereotipo?
b) Qual seria o meu trabalho? De certo que teria de ser algo braçal. Obras, carregar...longe de mim ser advogado ou médico, isto por estas bandas não pegava.
c) Uma mulher mulata, não pode ser negra que é muito agressivo para os telespectadores. E uma mulher constantes zangada e dada a falar alto, só para reforçar o estereotipo
d) Não esquecer o sotaque cerrado, meio angolano, meio cabo-verdiano, all stupid!
e) Todos os meus episódios andariam à volta da minha inadaptação em todo e qualquer assunto, desde ler e escrever até montagem de uma porra qualquer que implique leitura de instruções. Eu a ser matumbo e grunho à décima potência e a malta em casa a rir-se à bandeiras despregadas
terça-feira, 25 de setembro de 2012
O Trabalho temporário emocional
As relações entre os seres ganha um carácter cada vez mais
comercial. O equilíbrio entre o que se quer, quem o tem e quanto vale,
permeou-se num assunto que, à primeira vista não deveria ter muito a ver com
isso. Pelo menos é o que eu penso e venho a defender cada vez mais, á medida
que observo e experimento o mundo em meu redor.
A dualidade entre a procura e a oferta é a premissa essencial de quaisquer transacções efectuadas entre seres humanos, grupos económicos ou derivados. Um ser humano deseja um bem e outro ser humano possui esse bem ou serviço e eles chegam a um acordo sobre o que fazer a seguir. Muito racional e velho como a existência humana…e no entanto é quando essa premissa se aplica aos relacionamentos emocionais, que a coisa começa a ser alienígena para mim como pessoa.
Não vou estar para aqui a dizer que nunca fui interesseiro com amizades e conhecimentos, mas olhando para trás e para apenas DOIS exemplos desse comportamento (dos quais me arrependo), posso dizer com algum confiança que é algo que me desagrada e me revolta hoje em dia. Para explicar a minha teoria, vou recorrer à uma analogia laboral.
Os nossos pais e avós são de uma geração em que um tipo aprendia um mister, arranjava um emprego e normalmente lá trabalhava durante o resto da vida ou até aquela treta arder ou coisa parecida. O emprego era pensado para uma vida inteira e mal ou bem, a malta tentava manter-se agarrada ao que tinha. Talvez porque gostassem ou talvez porque não houvesse outra hipótese, o facto é que era um assunto para uma vida. Do mesmo modo, ouvimos histórias de amizades formadas nos bancos da escola, na tropa, nos hospitais e nas forjas da vida do dia-a-dia. Essas amizades pareciam durar igual tempo, vidas inteiras de experiências em comum, compadrios e algumas agruras. Eu pelo menos tenho como exemplo duas amigas da minha avó que carregam com ela uma amizade de 60 anos!
Para mim, a amizade foi assim em tempos…talvez o seja para alguns ainda hoje, mas há muito que deixou de ser o padrão de relacionamento entre as pessoas, do mesmo modo que o amor e as paixões também parecem ter perdido essa mesma característica de solidez e estabilidade nos tempos modernos. E durabilidade claro…
A dualidade entre a procura e a oferta é a premissa essencial de quaisquer transacções efectuadas entre seres humanos, grupos económicos ou derivados. Um ser humano deseja um bem e outro ser humano possui esse bem ou serviço e eles chegam a um acordo sobre o que fazer a seguir. Muito racional e velho como a existência humana…e no entanto é quando essa premissa se aplica aos relacionamentos emocionais, que a coisa começa a ser alienígena para mim como pessoa.
Não vou estar para aqui a dizer que nunca fui interesseiro com amizades e conhecimentos, mas olhando para trás e para apenas DOIS exemplos desse comportamento (dos quais me arrependo), posso dizer com algum confiança que é algo que me desagrada e me revolta hoje em dia. Para explicar a minha teoria, vou recorrer à uma analogia laboral.
Os nossos pais e avós são de uma geração em que um tipo aprendia um mister, arranjava um emprego e normalmente lá trabalhava durante o resto da vida ou até aquela treta arder ou coisa parecida. O emprego era pensado para uma vida inteira e mal ou bem, a malta tentava manter-se agarrada ao que tinha. Talvez porque gostassem ou talvez porque não houvesse outra hipótese, o facto é que era um assunto para uma vida. Do mesmo modo, ouvimos histórias de amizades formadas nos bancos da escola, na tropa, nos hospitais e nas forjas da vida do dia-a-dia. Essas amizades pareciam durar igual tempo, vidas inteiras de experiências em comum, compadrios e algumas agruras. Eu pelo menos tenho como exemplo duas amigas da minha avó que carregam com ela uma amizade de 60 anos!
Para mim, a amizade foi assim em tempos…talvez o seja para alguns ainda hoje, mas há muito que deixou de ser o padrão de relacionamento entre as pessoas, do mesmo modo que o amor e as paixões também parecem ter perdido essa mesma característica de solidez e estabilidade nos tempos modernos. E durabilidade claro…
Temos agora o emprego moderno, dinâmico, inovador e sempre
em metamorfose …e também completamente inconstante. Se por um lado temos todas
as facilidades do mundo em largar um emprego e começar de novo, sem quem
ninguém faça perguntas, também é verdade que, para quem quer estabelecer bases
sólidas a partir das quais possam construir o seu “reino”, a coisa torna-se
duvidosa. Temos ainda mais inconstância no chamado trabalho temporário…uma
praga do mundo laboral, utilizado a bel-prazer pelas entidades patronais. Serve
como instrumento da chamada flexibilização laboral, um modo de dispor
rapidamente das mãos e pernas de uma mole de pessoas que precisam de trabalhar
e comer.
E se eu disser que a amizade e o amor, também eles assumiram uma dimensão de “temporários”?
A filosofia do trabalho temporário passa por uma empresa poder fornecer serviços e mão-de-obra a outras empresas que assim o necessitem, ajudando a cortar nas despesas e no ónus das litigações de eventuais disputas laborais. Ou seja, quando se precisa contrata-se, quando já não se precisa, despede-se. E o amor e a amizades tornaram-se muito semelhantes nesses aspectos.
As pessoas têm uma determinada necessidade em relação a um determinado aspecto e como tal, começam o processo de recrutamento com fim a preencher essa vaga na sua empresa. Preciso de um amigo com carro, um amigo que seja grande, um amigo que arranje outros amigos, a lista continua por ai à fora. Tão grande como o número de desejos no mundo.
Amizades de 3 meses, amizades de 6 meses, um ano com
opção de renovação por boa produtividade. São assim as coisas nos tempos que
correm e quem não o vê é cego, tão simples quanto isso. Namoros de 6 meses com
opção de passar aos quadros, amor com renovação contratual e dissolução de obrigações
por melhor proposta. Vivemos tempos capitalistas é um facto. E se eu disser que a amizade e o amor, também eles assumiram uma dimensão de “temporários”?
A filosofia do trabalho temporário passa por uma empresa poder fornecer serviços e mão-de-obra a outras empresas que assim o necessitem, ajudando a cortar nas despesas e no ónus das litigações de eventuais disputas laborais. Ou seja, quando se precisa contrata-se, quando já não se precisa, despede-se. E o amor e a amizades tornaram-se muito semelhantes nesses aspectos.
As pessoas têm uma determinada necessidade em relação a um determinado aspecto e como tal, começam o processo de recrutamento com fim a preencher essa vaga na sua empresa. Preciso de um amigo com carro, um amigo que seja grande, um amigo que arranje outros amigos, a lista continua por ai à fora. Tão grande como o número de desejos no mundo.
Temos uma necessidade que tem de ser preenchida momentaneamente e assim que ela passa, como uma dor de cabeça, passamos ao próximo prestador de serviços …sem culpa, sem dúvida, porque afinal o mundo é mesmo assim. Desumanizamos outrem para que a nossa existência possa ser mais feliz e contente. Sem compromisso e chatices, porque afinal de contas, o que não falta por ai é malta disposta a prestar uma mão.
Mas eu revolto me…e penso que gostaria de algum dia ter uma ou duas amizades de 60 anos, gostaria de ter uma relação amorosa de pelo menos 10 reencarnações e não as sucessões de ofertas temporárias, onde alguém se torna amigo enquanto o tempo e as condições assim o permitem, os amores são todos implacáveis e interesseiros para além do razoável. Escapar aos tempos modernos de amizades de internet, de café e “corte e costura”. Das amizades de pura e não adulterada conveniência aos nossos tempos e necessidades egoístas. Sonhar com o fim dos 3/6/12 meses de contrato e despedimento emocional.
domingo, 16 de setembro de 2012
O Grande Dicionário das Relações
O Grande Dicionário das Relações
SUPLENTE - Refere-se à pessoa que está nas sombras, à espera de um oportunidade de namorar ou "sexuar" o alvo do seu interesse. Suplente porque está no banco à espera de jogar, enquanto a outra pessoa namora ou está numa relação com alguém. Na variante "gavião/abutre" o suplente voa alto à espera dos primeiros sinais de fraqueza ou mortandade, para poder atacar a carniça. Pode ser o amigo, o amigo do parceiro ou a rapariga que oferece o ombro amigo depois do "acabanço"
NINJA - A namorada que toda a gente ouve falar, mas ninguém vê. Ai, ela é muito boa, mas ver a miúda tá quieto. Ai ele tem muito dinheiro e é um super modelo internacional, mas imagens só na retina dela. São os guerreiros das sombras, invisíveis ao olhar destreinado, a tal ponto que o mundo duvida da sua existência
HIENAS - Em vez de chamar os homens de cães e de porcos, deviam ser chamados de hienas, porque sem dúvida estamos perante os maiores oportunistas-sobreviventes-caçadores-necróf agos do mundo animal. Não há situação que nos sirva de obstáculo por muito tempo, como os nossos parentes do mundo BBC, nós caçamos "comemos" coisas mortas e "semimortas", andamos em grupos de gajos que
se riem de coisas sem piadas e andamos a cutucar as leoas a todas as
oportunidades que podemos. Claro que bazamos que nem meninas quandos os
leões aparecem. Somos sobreviventes natos e mais espertos do que aquilo
que nos dão crédito
CADEIRA DE PRAIA - A pessoa que, quando a
confusão está a começar a borbulhar, diz que faz, diz que arrebenta, que
não se vai deixar enganar...e que quando a coisa começa a doer a sério,
dobra e arruma se que nem uma cadeira de praia.
Exemplo, pode ser aquela nossa conhecida que está sempre a falar que vai acabar com o namorado bandido, mas que no fim amocha quando ele ameaça ir se mesmo embora
SUPLENTE - Refere-se à pessoa que está nas sombras, à espera de um oportunidade de namorar ou "sexuar" o alvo do seu interesse. Suplente porque está no banco à espera de jogar, enquanto a outra pessoa namora ou está numa relação com alguém. Na variante "gavião/abutre" o suplente voa alto à espera dos primeiros sinais de fraqueza ou mortandade, para poder atacar a carniça. Pode ser o amigo, o amigo do parceiro ou a rapariga que oferece o ombro amigo depois do "acabanço"
NINJA - A namorada que toda a gente ouve falar, mas ninguém vê. Ai, ela é muito boa, mas ver a miúda tá quieto. Ai ele tem muito dinheiro e é um super modelo internacional, mas imagens só na retina dela. São os guerreiros das sombras, invisíveis ao olhar destreinado, a tal ponto que o mundo duvida da sua existência
HIENAS - Em vez de chamar os homens de cães e de porcos, deviam ser chamados de hienas, porque sem dúvida estamos perante os maiores oportunistas-sobreviventes-caçadores-necróf
Exemplo, pode ser aquela nossa conhecida que está sempre a falar que vai acabar com o namorado bandido, mas que no fim amocha quando ele ameaça ir se mesmo embora
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Homens sérios
Homens sérios…esta é a minha carta aberta para vocês. Está
mais do que na altura de tomarmos a dianteira deste negócio que são as relações
emocionais com o sexo oposto. Está na altura de começarmos a vir à tona e
sermos a “capa de revista” daquilo que são os bons homens…nada daquele produto
adulterado e manhosos que são aqueles “rapazinhos” imaturos que parecem estar
na berra hoje em dia.
Está na altura de voltarmos a ser a primeira escolha para as “nossas” mulheres, sermos a escolha evidente, num oceano de ofertas faiscantes e merdosas que o mundo parece pôr no caminho da maior parte delas. Nós puxamos a cadeira e queremos aparecer nos filmes outra vez. Nós oferecemos flores sem nenhuma razão ou culpa e queremos aparecer nas revistas. Nós somos os pais que sorriem para as barrigas grávidas que achamos lindas e queremos aparecer nas rádios. Nós somos os fiéis e dedicados e queremos aparecer na TV. Nós fazemos doces patetices, tolices e “homenzices” em nome do sentimento doido que levamos no peito e queremos aparecer nos jornais. Amamos, respeitamos e dá-mos a importância devida às “nossas” mulheres …e queremos aparecer novamente nos vossos sonhos e aspirações, como peças da vossa felicidade, tijolo a tijolo, um telhado por vezes…mas creditados na construção da vossa realidade.
Se somos bons homens queremos o reconhecimento, não queremos ser atirados aos cantos dos mitos e das lendas…não queremos ser considerados extintos ou mágicos. Não queremos ser cobertos com a injúria e com o desdém. Queremos a luz que provem do reconhecimento da nossa existência e não as farpas que se reserva aos “bandidos” e trapaças que querem agir em nosso nome. Somos homens, queremos as “nossas” mulheres e se por ventura conhecemos quem tenha sido enganada por “putos xarilas” é o nosso trabalho explicar que eles eram mesmo isso…putos, sem cabeça, sem respeito e decididamente sem amor. E educar esses putos para que percebam que a desconfiança se instalou entre nós…a mágoa e a dor de quem, uma e outra vez agrupa todos no mesmo saco.
Sei que pareço um idiota a falar, mas se acreditas que és um bom homem e estás cansado de veres outros a escavacar aquilo que defendes, a ter más atitudes e chamarem-se a si mesmos de homens, publica este meu texto na tua página e defende o teu direito a andar de cabeça erguida e poder chamar esses gajos que só fazem merda e magoam, enganam, mentem e destroem…de CABRÕES!
Está na altura de voltarmos a ser a primeira escolha para as “nossas” mulheres, sermos a escolha evidente, num oceano de ofertas faiscantes e merdosas que o mundo parece pôr no caminho da maior parte delas. Nós puxamos a cadeira e queremos aparecer nos filmes outra vez. Nós oferecemos flores sem nenhuma razão ou culpa e queremos aparecer nas revistas. Nós somos os pais que sorriem para as barrigas grávidas que achamos lindas e queremos aparecer nas rádios. Nós somos os fiéis e dedicados e queremos aparecer na TV. Nós fazemos doces patetices, tolices e “homenzices” em nome do sentimento doido que levamos no peito e queremos aparecer nos jornais. Amamos, respeitamos e dá-mos a importância devida às “nossas” mulheres …e queremos aparecer novamente nos vossos sonhos e aspirações, como peças da vossa felicidade, tijolo a tijolo, um telhado por vezes…mas creditados na construção da vossa realidade.
Se somos bons homens queremos o reconhecimento, não queremos ser atirados aos cantos dos mitos e das lendas…não queremos ser considerados extintos ou mágicos. Não queremos ser cobertos com a injúria e com o desdém. Queremos a luz que provem do reconhecimento da nossa existência e não as farpas que se reserva aos “bandidos” e trapaças que querem agir em nosso nome. Somos homens, queremos as “nossas” mulheres e se por ventura conhecemos quem tenha sido enganada por “putos xarilas” é o nosso trabalho explicar que eles eram mesmo isso…putos, sem cabeça, sem respeito e decididamente sem amor. E educar esses putos para que percebam que a desconfiança se instalou entre nós…a mágoa e a dor de quem, uma e outra vez agrupa todos no mesmo saco.
Sei que pareço um idiota a falar, mas se acreditas que és um bom homem e estás cansado de veres outros a escavacar aquilo que defendes, a ter más atitudes e chamarem-se a si mesmos de homens, publica este meu texto na tua página e defende o teu direito a andar de cabeça erguida e poder chamar esses gajos que só fazem merda e magoam, enganam, mentem e destroem…de CABRÕES!
EDUARDO
PIRES 2012
Ps – se puderes dá
me reconhecimento pelo texto e posta na tua página se quiseres
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