quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Doces Atadinhos




Tenho um vizinho que deve ter uns 15 anos, modelo Justin Bieber…no outro dia, ao chegar do trabalho, “apanhei-o” em altas rocambadas com uma menina, modelo Taylor Swift. Cumprimentaram-me, deixaram-me bater a porta do elevador e provavelmente voltaram à sua iniciação ao “karaté alentejano”.

     Enquanto os andares se sucediam, fui transportado aos meus próprios 15 anos, às minhas experiências de pega-pega com as meninas…e ai bateu-me como uma saca de batatas. Que atadinhos que nós éramos. Oh talvez não atadinhos, mas sim meio inocentes, medrosos ou outra palavrinha mais doce.

    A verdade é que, ao ver o modo como os jovens se iniciam em práticas sexuais com tanta facilidade e em idades tão tenras, não deixo de fazer a comparação com o modo como a malta da minha idade andava a fazer as coisas noutras eras. Atenção, o objectivo final sempre foi o mesmo, não mudou-se uma vírgula desse manual desde o início da história da humanidade, mas pensando nas coisas com alguma atenção, reparamos que os prazos encurtaram-se.

    Exemplo, o rapaz em questão estava bem avançado nas “artes circenses”, as mãozinhas malabaristas já haviam avançado e muito no território inimigo. E pela reacção normal por parte da menina, tratavam se os dois de estrelas do seu próprio Circe du Soleil

    Eu ainda me lembro da primeira vez que toquei num seio…e que patetice foi! Eu parecia um especialista em explosivos, a tentar arrastar me por entre um campo minado. Lenta e inexoravelmente em direcção ao meu objectivo, sempre à espreita das agitações do terreno e deslocações do exército contrário. E quando coloquei a mãozinha, senti um choque pelo corpo todo…e isto foi por cima das roupas.
   Na segunda-feira escolar, tornei me o herói do recreio e quando passando uns tempos, ultrapassei a barreira da camisola de lã e nas pontas dos dedos senti o doce tecido do soutien e a quentura da curva do seio…transformei-me num semideus grego, viril e cheio de poderes mágicos. Fui elevado a um nível de total sapiência entre os meus pares “agarrados ao pau” e de repente não havia segredo no universo que me pudesse escapar.
  Até ter transporto a barreira do tecido artificial…ai a minha cabeça explodiu!

   Estão a perceber? Para mim e as minha gentes, meter as mãos em mamas alheias foi o equivalente a perceber que os aliens existem. Fucking hell! Beijar, tocar, acariciar…caramba, estou a falar de coisas que eram o supra-sumo daquilo que os adolescentes se sentiam capazes de fazer. Nós éramos tão inocentes, que a cabeça não parecia capaz de açambarcar a ideia de que havia algo mais do que isto, algo melhor e mais fantasticamente porreiro. E nós não sabíamos realmente o que havia para além disto. Sabíamos o conceito, mas a mecânica só através de filmes “quentes”…a sensação nem imaginávamos. Como referencias, só tínhamos as “experiências” dos putos mais velhos
 Não acredito que toda a gente fosse virgem quando eu tinha 15 anos. Mas posso garantir que entre uma turma de 30, 28 nunca tinham ultrapassado essa condição clínica. E o que nós acabávamos por ser? Um grupo de meninos e meninas a brincarem aos adultos, a tentar deslindar os mistérios…cheios de hormonas e medo.

  Olhando para trás não deixo de sorrir…e ao mesmo tempo ter raiva de nós, totós desgraçados. Mas a verdade é que as coisas aconteceram nas alturas certas, com uma aura mágica de descoberta à mistura. É uma memória doce esta que compartilhei convosco…e engraçada quando comparada com o modo como as coisas andam nestes nossos dias. Com tanta antecipação das descobertas da vida, o que sobrará para descobrir mais à frente na vida?
 Para quem nasceu bem depois de mim, este texto parece estranho e alien, mas tempos houve em que os adolescentes viviam como tal, num estado bizarro entre a vida adulta e criancices. Não a fazer sexo aos 12, alcoólico aos 16 e amargo e cínico com a vida aos 25…

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

My own show?


Estive a pensar...se eu fosse uma personagem de um série de televisão como seria o meu universo?

a) quem seria o meu sidekick? Com protagonistas brancos eu seria o amigo negro que entra de 5 em 5m para dizer "pretices". No meu caso escolheriam um chinês ou um latino para reforçar o estereotipo?

b) Qual seria o meu trabalho? De certo que teria de ser algo braçal. Obras, carregar...longe de mim ser advogado ou médico, isto por estas bandas não pegava.

c) Uma mulher mulata, não pode ser negra que é muito agressivo para os telespectadores. E uma mulher constantes zangada e dada a falar alto, só para reforçar o estereotipo

d) Não esquecer o sotaque cerrado, meio angolano, meio cabo-verdiano, all stupid!

e) Todos os meus episódios andariam à volta da minha inadaptação em todo e qualquer assunto, desde ler e escrever até montagem de uma porra qualquer que implique leitura de instruções. Eu a ser matumbo e grunho à décima potência e a malta em casa a rir-se à bandeiras despregadas